Batizado espiritual da Benedita - o honrar a ancestralidade
Photos by: Casa De Luz Fotografia & Video
O batizado da Benedita foi muito mais do que um Batizado espiritual, foi uma cerimónia de cura, de encontro com a ancestralidade e com lugares familiares de conexão e amor ainda não vividos.
Quando fiz a primeira reunião com a Susana e o Luís, os pais da Benedita, estava longe de imaginar onde este ritual nos podia levar. Eu sei que nos leva sempre a lugares desconhecidos, mas daí a atravessar mundos e corações mais duros... é sempre um desafio e uma aventura apaixonante.
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E porque a nossa história não começa só quando nascemos, ela começa bem antes com os nossos ancestrais, há que falar primeiro da avó da Benedita. A mãe da Susana. Uma mulher incrível, que por causa de uma doença acabou por falecer na altura do covid.
A Susana quando falou comigo, disse-me logo, que esta cerimónia era muito para honrar a mãe, ela própria e a irmã. Este clã estava a precisar deste lugar de conexão e a crença desta tribo era de que a Benedita iria beneficiar muito com isso.
E eu quando ouvi isto, percebi, muitas vezes a cerimónia não é sobre a cerimónia em si, neste caso, o batizado, mas antes, tudo o que essa celebração envolve. Mais uma prova de que as crianças estão ao nosso serviço, são verdadeiros mestres e portais para a nossa cura. Por isso é que para mim, rituais na infância são essenciais, para ficar a semente que a vida é para ser celebrada, é preciso criar espaço para assinalar os marcos da nossa vida.
Honrar aquela avó era essencial para esta família, dar-lhe um lugar, fazer com que também ela estivesse presente para abençoar a neta neste dia tão especial, honrar a sua vida que deu origem a outras vidas, honrar também todo o legado que tinha deixado - as filhas, o marido, os amigos...
E como é que eu fiz isso?
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Coloquei as duas filhas a fazer um rezo à mãe... tão simples...tão profundo...tão emocional...
e tão, mas tão transformador... A mãe e a avó foram vistas como nunca, e principalmente foram honradas dentro do coração daquelas pessoas que transportam o seu legado e que mais tarde o irão passar à Benedita.
A avó paterna é uma história mais recorrente no meu dia a dia. O Luís tinha-me contado que a mãe era muito católica e provavelmente ia fazer alguma resistência ao ritual. E aquilo que se viu, foi das maiores bênçãos que tenho o poder de assistir - foi uma avó super babada, curiosa com o que estava a acontecer, e que veio abençoar o filho e a neta, com uma lágrima a escorrer-lhe pela cara...
Porque o meu trabalho não é sobre religião, é sobre emoção, é sobre laços, vínculos e acima de qualquer coisa é sobre:
Amor!
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